Certos da necessidade de inovação, do aprendizado permanente, da capacidade de trabalho em equipe como uma comunidade investigativa e, finalmente, capaz de construir, executar e avaliar projetos, sejam eles orientados para o ensino, pesquisa e/ou extensão, o I Simpósio de Filosofia e Ciências Sociais da UAST - UFRPE se justifica “para que se definam e compartilhem responsabilidades no enfrentamento dos problemas.” (SILVA, 2000, p.9).

       Partindo disso, a proposta de tal Simpósio se justifica, entre outros elementos, pelo fato de não haver, na maioria das escolas da região, docentes formados na área e/ou mesmo docentes para ministrar as disciplinas de Filosofia e das Ciências Sociais. Por sua vez, a falta de profissionais formados tende a tornar questionável a qualidade dessas disciplinas ofertadas nas escolas, geralmente conduzidas por profissionais de outras áreas, o que equivale a escassez de abordagens relevantes para a formação humana, específicas das áreas. Dessa perspectiva, sua real necessidade firma-se com base nas demandas sinalizadas pelas estatísticas do documento do TCU, somadas ao fato de que os cursos de Filosofia e de Ciências Sociais não constam entre aqueles ofertados na região: não há qualquer curso de licenciatura em filosofia, nem licenciatura em Ciências Sociais no sertão pernambucano, sendo assim, o I Simpósio de Filosofia e Ciências Sociais demarcaria um espaço de discussões que possuem valor significativo para a formação crítico-reflexiva sendo, portanto, indispensável nos ciclos de debates da universidade e sociedade civil.

     Pensar essas questões do ensino de Filosofia e de Ciências Sociais, especificamente no Nordeste, está além de uma delimitação temática despretensiosa, uma vez que pensamos ser necessário um diagnóstico local e uma compreensão das particularidades da região para um entendimento da dinâmica do sistema educacional como um todo.

          Desse modo, I Simpósio de Filosofia e Ciências Sociais da UAST – I SIMFICS, além de propiciar um debate acerca das perspectivas no ensino dessas disciplinas no Nordeste, trata também de ensejar discussões temáticas em relação a essa área de conhecimento indispensável à formação humana, crítica e intelectual, requerida ao desenvolvimento da concepção de cidadania instituída nos documentos legais que regem a educação brasileira e na própria Constituição de 1988, mormente no que propala o inciso V do art. 213 desta, ao indicar que o sistema educacional deve conduzir à “promoção humanística, científica e tecnológica do País”.